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Relacionamento de casal e saúde mental: uma conexão

As dificuldades impostas pela pandemia foram além do isolamento social, para muitos foi um golpe fatal nos relacionamentos de casais. Tanto que um levantamento realizado pelo Colégio Notarial do Brasil aponta que em 2020 o número de divórcios aumentou em 15% em relação ao ano anterior. O momento de tantas incertezas afetou ainda mais os relacionamentos que já viviam em conflito, situações que antes traziam alívio aos casais como sair para passear, contato com amigos e o sentimento da saudade faziam com que a tensão fosse dissipada e a satisfação pessoal se equilibrasse. Agora com o isolamento, o contato excessivo, as tarefas domésticas multiplicadas com a sobrecarga do cuidado com os filhos, acordaram demandas já existentes de falta de companheirismo e hábitos que normalmente nos irritam na convivência mútua puderam se tornar mais evidentes.

 Mas afinal o que a relação amorosa tem a ver com a saúde mental?

Tem tudo a ver. A saúde mental e a qualidade de vida também se medem pelo grau de satisfação decorrente de relações saudáveis. O sentimento amoroso é uma das mais intensas e desejáveis emoções humanas e o casamento, segundo pesquisas, tem sido um fator de felicidade mais poderoso do que trabalho e dinheiro. E quando a relação a dois termina pode desencadear uma série de sentimentos tais como: culpa, luto, solidão, ciúmes, raiva, insegurança, carência, dor, desejo de vingança, dentre outros.

Passar o tempo todo juntos, mas sem qualidade prejudica sim a saúde mental de ambos. Dentre os fatores que favorecem uma relação de qualidade e satisfação estão o apoio, otimismo, bondade, gratidão, humor, autocontrole, humildade são considerados como auxiliadores nos relacionamentos amorosos. Já críticas depreciativas, divergências, ridicularização, agressões tanto físicas quanto verbais, controle excessivo, a falta de confiança, de diálogo e de intimidade promovem um ‘esfriamento’ da relação e até os pontos divergentes que antes promoviam uma admiração passam a aumentar o distanciamento.

Agora a qualidade dos vínculos conjugais está sendo testada mais do que nunca, e realizar uma avaliação global sobre seu relacionamento é fundamental. Muitos possuem uma expectativa de satisfação de necessidades pessoais e até uma visão bastante ‘romântica’ da vida a dois, esse processo de idealização não ajuda a alcançar o sucesso, pois tira o foco das ações necessárias. A empatia é um desses diferenciais concretos que ajuda a recriar a relação ao longo do tempo, com criatividade e resiliência, cuidando tanto de si quanto do parceiro são estratégias essenciais da qualidade da vivência amorosa. Estratégias como: maior comunicação afetiva do casal, expressar maior controle em eventos conflituosos, comprometimento, expressão da intimidade e reciprocidade afetiva dentre outros aspectos podem fazer com que a busca contínua pela tão sonhada felicidade a dois esteja presente. Portanto a pandemia pode sim ser vista como oportunidade de fortalecer o sentimento amoroso através de ajustes e redescobertas, em um contínuo paralelo com os movimentos do coração.

 

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